4.4.10

E a busca chegou ao fim

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.....O blog EM BUSCA DO INEFÁVEL foi criado na época em que eu cursava a faculdade de jornalismo. A ideia começou tímida para, um tempo depois, tornar-se fluida.
....O intuito inicial era praticar a minha escrita, não apenas a jornalística, e as linguagens da web. Porém, em pouco tempo, o blog foi tomando um caminho próprio e tornou-se o espaço em que a busca pelo inefável em minha vida era registrada e compartilhada. Tive o prazer de abordar diversos assuntos e ser acompanhada por leitores que, a cada comentário, elogio, crítica, sugestão, participação, davam mais fôlego aos meus escritos.
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.....Porém, como tudo na vida, este blog faz parte de um ciclo. Um ciclo da minha vida que chegou ao fim. A busca pelo inefável não é mais necessária. Inicio de agora em diante um novo rumo.
.....Em breve, divulgarei, aqui mesmo, um novo projeto com parceria do domínio da Editora Abril. Ainda está no início. Adianto que será um outro espaço onde também será registrado o meu trabalho. Agora, profundamente jornalístico.
.....Tenho orgulho do trabalho que realizei durante este tempo no blog EM BUSCA DO INEFÁVEL. E agradeço a todos que acreditaram no meu talento e me acompanharam durante esta jornada. Para os que temem sentir saudades, uma surpresa: o blog transformou-se em livro para ser lido, apreciado e guardado. Nele será possível encontrar os textos aqui já publicados e outros inéditos. O dia do lançamento, novamente aqui, será divulgado.
.....Nesta última publicação do blog, compartilho uma música que considero ser uma lição de vida simples e verdadeira. Também comento sobre o livro Meu destino em Graymouth, de autoria de uma colega escritora, Kátia Sant’Anna. A pedidos de alguns leitores e amigos, conto um pouco da minha experiência como aluna do Curso Abril de Jornalismo 2010. O texto que vocês encontrarão sairá na próxima edição da revista PLUG. Será editado, naturalmente. Aqui, vocês podem conferi-lo na íntegra. E, para fechar de forma leve, um pequeno poema de Paulo Leminski, acompanhado da fotografia, não menos sensível, de Elena Kalis.
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Aos amantes do inefável, deixo abaixo uma mensagem, juntamente com o desejo de que nada nem ninguém seja capaz de dissuadi-los de que o melhor da vida deve ser sempre alcançado.
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Um forte abraço,
Fábia Zuanetti
@Fabia_Zuanetti
@Blog_Inefavel
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“Provação significa que a vida está me provando.
Mas provação significa também que estou provando.
E provar pode se transformar numa sede cada vez mais insaciável.” (Clarice Lispector)


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Ali só ali se - Paulo Leminski

(Perspectiva)
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ali

ali
se
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se alice
ali se visse
quanto alice viu
e não disse
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se ali
ali se dissesse
quanta palavra
veio e não desce
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ali
bem ali
só alice
com alice
ali se parece
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Imagem Alice in WaterLand, por Elena Kalis, inspirado em Alice in WonderLand.
Veja mais em: http://zapt.in/6vC

Delícia de touchscreen

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Um mês ao lado do iPhone e a equipe MdeMulher constata:
dedos na cozinha podem muito mais do que roubar cobertura de bolos
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Por Fábia Zuanetti
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.....Como funciona um iPhone? Esse foi o primeiro desafio para Bruna Bittencourt, Bruno Cesar, Daniele Lisboa, Domitila Becker, Evelyn Leine, Inês Laborim, Fábia Zuanetti e Rafaela Siqueira, alunos da editoria MdeMulher. A missão do grupo foi criar um aplicativo de culinária para o aparelho da Apple, que entre 2008 e 2009 registrou aumento de 1300% de vendas no Brasil. Os dados constam de relatório da consultoria Gartner.
.....Com a orientação dos profissionais Demetrius Paparounis, Eduardo Mendes, Gizele Agozzino, Kika Gianesi e Renata Deos, os primeiros dias do Curso Abril de Jornalismo foram dedicados a pesquisas. A primeira etapa foi conhecer o modelo desse celular multifacetado e as possibilidades da sua programação. “A princípio, eu estava com receio por conta do tema desconhecido, mas depois que conversamos com especialistas, os caminhos foram se abrindo”, relata Bruna.
.....Um destes especialistas foi a Diretora de Negócios e Projetos Mobile da Abril Digital, Sandra Jimenez. Ela contou ao grupo como é o mercado da Apple no Brasil. “São mais 300 mil iPhones registrados”, afirmou, revelando o sucesso do aparelho. Outro especialista fundamental no processo de descoberta do aparelho foi o designer e desenvolvedor Douglas Kawazu. Aluno da edição de 2008 do Curso Abril de Jornalismo, hoje possui uma empresa que desenvolve aplicativos para iPhone.
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M bem-vindo
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O passo seguinte foi estudar os aplicativos já existentes no mercado. Os cajianos de 2010, então, lançaram-se em navegações por sites estrangeiros e, inclusive, alguns aplicativos foram baixados para teste no iPhone “cobaia” de uma integrante do grupo, a Rafaela.
.....Conhecer o que as possíveis usuárias gostariam de encontrar em um aplicativo de culinária foi crucial para a execução da tarefa. A equipe entrevistou diversos estilos de mulheres, de diferentes classes sociais. Elas foram abordadas em seus domicílios, nas ruas, em supermercados, lanchonetes, instituições de ensino, academia e salões de beleza. Uma enquete online também foi publicada no portal MdeMulher. Após 4 dias, mais de 1.500 internautas responderam o que mais gostariam de encontrar no aplicativo.
.....Para Renata Deos, editora do portal, o projeto foi logo entendido pelo grupo. “Fiquei surpresa. Um tema que não era comum foi acolhido com rapidez. O grupo teve uma vivência muito intensa”, afirma. Gizele Agozzino, editora de arte da revista Viva Mais!, confessa ter imaginado que o desenvolvimento do trabalho seria mais lento. “Fiquei bem impressionada. Desde o início houve um direcionamento, um caminho traçado”.
.....No momento de escolher um nome para o aplicativo, a preferência foi manter o “M” da marca MdeMulher junto com um nome que criasse identificação com assuntos de culinária. Assim nasceu o Mão na Massa. Depois de batizar a ideia, o grupo passou a reunir-se exclusivamente para elaborar o sistema do aplicativo.
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Resultado apetitoso
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.....Para Evelyn, uma das pessoas responsáveis pelo design do projeto, o mais difícil foi pensar em uma sequência lógica para os elementos, de forma que o aplicativo proporcionasse uma navegação intuitiva. Além disso, buscou-se criar algo diferente do que já existe no mercado. Atratividade, utilidade e praticidade foram quesitos incansavelmente perseguidos.
.....Na tela touchscreen, elementos costumeiramente presentes na maioria das cozinhas foram escolhidos para representar cada página do aplicativo. Por exemplo: ao acessar o Mão na Massa no iPhone a usuária visualiza um típico livro de receitas. Logo na primeira tela, há a Dica da Semana e um vídeo com Truques de Culinária gravado com Carolina Brandão, chef de cozinha do Restaurante Carlota, em São Paulo.
....Ao acessar o livro de Receitas, os campos de busca remetem ao Timer, botão regulador de tempo encontrado em fogões e forninhos. Já quando se acessa as opções de alimentos, o aplicativo foge da estrutura “listão” comumente utilizada nos aplicativos já existentes. O menu é composto de ilustrações de alimentos e, almejando eficiência, sugere acompanhamentos. O item Minha Mão na Massa é um espaço onde a usuária pode personalizar o aplicativo com o seu nome, restrições alimentícias e receitas favoritas. O aplicativo também possibilita que esse conteúdo seja compartilhado através de e-mail, Twitter e Facebook.
.....Além disso, caso a usuária esteja com as mãos sujas por conta dos ingredientes é possível passar as telas utilizando o comando de voz. As usuárias também dispõem de uma lista de compras. O aplicativo adiciona automaticamente os alimentos que estão faltando para compor determinada receita. O lugar de compra também não é problema. O GPS é recurso exclusivo do aplicativo. Com ele, é possível encontrar os alimentos faltantes no mercado mais próximo da residência da usuária.
.....Segundo Eduardo Mendes, designer do portal MdeMulher, essa elaboração resultou em uma interface que remete a um universo paralelo. “Tem um visual de joguinho”, observa. Gizele completa afirmando que o design está “leve e agradável. Ele instiga a vontade de mexer, de fazer, de comer”. Finalizado o projeto, Renata Deos confessa que os alunos da editoria MdeMulher não procuraram os orientadores com tanta frequência quanto ela gostaria. “Mas é compreensível”, pondera. “Pela clareza da missão, senti que havia muita confiança no que estava sendo feito.” Perguntada sobre e resultado final e o trabalho do grupo, exclamou: “sou uma orientadora feliz!”.

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Vitrine Viva

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Meu Destino em Graymouth é um romance, uma história de ficção. Uma ficção tão envolvente que me fez indagar se esta cidade, de fato, existe em algum lugar longínquo em nosso vasto planeta Terra.
Constato que não, não há. Poderia até haver uma cidade de mesmo nome, porém, nenhuma com o ambiente, as pessoas e os aspectos da criação de Kátia Sant’Anna.
Ao ler os primeiros capítulos deste livro, o estilo desta autora me fez lembrar dos romances antigos. Aqueles em que os livros eram de capa dura, grossa, sem imagens e com as páginas amareladas. Não faço essa comparação para dizer que Meu Destino em Graymouth é um romance antiquado. Muito pelo contrário. O que quero dizer é que Kátia Sant’Anna conseguiu resgatar a elegância em que a narração era realizada antigamente. Isso, sem deixar de manter a linguagem clara e a leitura leve, fazendo com que o leitor tenha a impressão de estar tendo um bate-papo casual e agradável com a narradora.
O ponto de início da história da personagem Catheryna Schmidth surpreende. Isto, porque sua vida já está envolta de mudanças. Adaptações, logo de início, são necessárias para ela.
Uma das características mais fortes do enredo é a bravura com que Catheryne tem de enfrentar os desafios da sua nova vida em Graymouth. É preciso enfrentar muitas barreiras, como o preconceito de ser estrangeira em uma terra provinciana. É preciso muita coragem para manter o seu estilo forte e seu modo de ser em um ambiente em que todos são iguais. É preciso muita convicção para não ceder as pressões, principalmente, depois que se envolve com um rapaz muitos anos mais novo…
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É, realmente, uma história de tirar o fôlego. Um romance forte sem deixar de ser doce.