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.....Há alguns meses, vimos em grande parte dos meios de comunicação – inclusive na capa da revista Veja – a descoberta do planeta GL581c. Com características semelhantes às do nosso planeta, porém, com um raio maior e uma massa cinco vezes maior, foi apelidado de “Super-Terra”.
.....Como uma boa ariana e curiosa que sou, depois de ler a intrigante matéria da revista Veja do princípio ao fim, permiti-me alguns minutos para tomar um café filosófico na companhia dos meus grandes amigos Tico e Teco. “Inacreditável!”, foi o pensamento resultante do meu primeiro gole. “Descoberto um planeta aparentemente habitável, e mais, fora do nosso sistema solar”.
.....Fiquei me perguntando já há quanto tempo não estaria a Super-Terra ali, escondidinha, resolvendo aparecer somente agora, quando de fato quis se revelar. Ou ela já havia surgido quando nós, seres humanos, decidimos desvendar esse mistério que é o universo e só faltou um olhar mais atento ou uma lente mais grossa para notá-la? Ou será que ela só chegou ao nosso conhecimento, meros mortais e não astrônomos da França, Portugal e Suíça que vivem com a cabeça – quase literalmente – na Lua, por causa do aquecimento global? Sim, o aquecimento global também é uma possibilidade uma vez que se tornou o vilão do momento e é culpado pelo derretimento da casinha dos pingüins, o desaparecimento das abelhas nos Estados Unidos e parte da Europa, e tem servido de desculpa até pelos altos índices de abortos e assaltos no Brasil, e que nos faz sair à caça de uma nova moradia.
.....A questão é que desde o início de sua existência, o homem olha com fascinação e curiosidade para o céu. Mesmo a 194 trilhões de km do nosso planeta, a Super-Terra cria em nós o desejo de descobrir se sua superfície é rochosa, como a da Terra, ou coberta por oceanos, possibilitando ou não a permanência de vida humana. Mesmo que, para isso, fosse necessário, através do foguete mais veloz já projetado até hoje, 400 mil anos para chegar lá!
.....Ainda não satisfeito, o astrônomo e um dos descobridores do GL581c, Michel Mayor, em entrevista ao site G1, diz que “acharemos gêmeo <idêntico> da Terra”. Meu Tico questionou: “para quê desbravar novos mundos se nem sequer desbravamos este ainda?” Teco concordou: “O que faremos se este gêmeo de fato existir? Seguiremos a sugestão de alguns que andam dizendo por aí para construirmos uma ‘nave de Noé’ e migrarmos – quase – todos para a nova Jerusalém?”.
.....O café, na grande xícara americana, já havia esfriado quando cheguei à conclusão que a humanidade não pode agir como um casal que faz viagens cada vez mais longínquas em busca de solucionar o problema conjugal, sem notar que o problema vai junto. Está na hora de acordar. Antes da GL581c, outros 200 planetas fora do sistema solar já haviam sido descobertos. E a vida continua.
.....Enquanto alguns pensam que a solução para todos os nossos males encontra-se entre as estrelas, prefiro ater-me a simples imagem romântica que a Lua Cheia representa aos jovens apaixonados e sonhadores, e continuar com os olhos atentos por onde piso, pois, é aqui que tenho de ser responsável e buscar reverter os problemas causados, não pela própria Terra ou pela natureza, mas por nós, seres dominantes. Afinal, há ou não solução para este mundo e esta vida?
25.7.07
Estive pensando…
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Sobre o planeta GL581c
Será ele remédio cósmico?
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2 comentários:
O impossível sempre será impossível.O que tem que se cumprir, será cumprido. Tudo que existe, nasce, cresce e morre e isso não da pra mudar. A Terra? Essa também se acabará!
O ser humano é megalómano. Sempre vai procurar as grandezas do universo sem fim, mas sequer aprendeu a resolver as pequenezas deste nosso mundo em desalento. Seu artigo tem lucidez. Não parece ter sido construido a partir de uma sinapse simplória entre um Tico, um Teco e um Tu (no caso, você). Parece ser a síntese de uma conferência cheia de certezas e de verdades. Parabéns.
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