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... No Jornalismo e nos fundamentos da Ética
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.....Nos primeiros anos da existência humana, acreditava-se que tudo e todos eram parte de um divino. Os seres humanos, os animais e a natureza eram sagrados. Toda e qualquer ação tinha como objetivo manter a harmonia. Cada um dos elementos que compunham este divino cumpria a sua função compreendendo que todos possuíam a mesma importância e o mesmo valor.
.....Com o passar do tempo, criou-se a idéia de um deus distante, que não habita a terra e não tem pacto direto com os seus seres. Deus estava longe, sentado no seu trono imponente, preocupado demais com assuntos tão inimagináveis que se tornava também impossível de se imaginar que ele pudesse prestar alguma atenção nos meros mortais. O ser humano se viu, assim, livre para usufruir de todos os recursos e matérias-primas que estavam bem ali, debaixo dos seus pés. Já não era proibido dominar a natureza. Sendo deus ausente, todos já não eram mais sagrados, muito menos faziam parte de um todo. O homem era superior e dono de si. Feito a imagem e semelhança de um deus e, por isso, poderoso.
.....Mais alguns sóis e algumas luas são vistas e temos um universo sem um criador. Não há um deus, apenas uma referência, o dinheiro. E esta referência, diferentemente de um deus, não precisa de parâmetros nem leis para ser alcançada.
.....Encontramos nesta fase um ser humano fragmentado. Ele já não é um todo, não é um ser que possui uma história com começo, meio e fim. Ele não sabe quais são as suas origens e não sabe que caminho encontrará para seguir. Este ser possui apenas um tempo: o momento presente. E este único momento “possível” se tornou justificativa para que as razões individuais se sobreponham às razões coletivas. Toda e qualquer ação é justificada para que seja possível a busca da felicidade, mesmo que esta, na maioria das vezes, seja momentânea.
.....Perdeu-se o valor da família, dos laços afetivos, do conceito de sagrado. O sentimento de individualismo aflora cada vez mais abafando os sentimentos de altruísmo e solidariedade. A competitividade e a ânsia para se obter um bem próprio são maiores do que a vontade de se conquistar um bem para o coletivo. Pierre Legendre exemplifica bem como isso funciona com o que chama de “self-service normativo”, onde todos podem escolher os seus valores em detrimento dos valores do coletivo.
.....Edgar Morin, em seu livro Método 6: ética, propõe que se busque os fundamentos da ética e não falsos valores que surgem apenas para cobrir o vazio. É preciso visar o bem da comunidade e que prevaleça o zelo pela espécie. É preciso inverter as atitudes desta sociedade capitalista.
.....Uma das ferramentas possíveis de serem utilizadas é o jornalismo, porque ele, em sua essência, já é social e comunitário. O problema está no jornalismo que, em sua grande parte, cedeu aos interesses de grandes corporações em detrimento da causa pública.
.....Eugênio Bucci, em seu livro Sobre Ética e Imprensa, diz que ética é saber escolher entre “o bem” e “o bem” (ou entre “o mal” e “o mal”), levando em conta o interesse da sociedade. O jornalista precisa, seja nas universidades ou nas redações, ser constantemente estimulado e treinado a exercer o seu ofício com olhar comunitário. Assim, ele será exemplo de conduta e disseminador de um ideário que (re)construirá fundamentos verdadeiramente éticos.
.....Com o passar do tempo, criou-se a idéia de um deus distante, que não habita a terra e não tem pacto direto com os seus seres. Deus estava longe, sentado no seu trono imponente, preocupado demais com assuntos tão inimagináveis que se tornava também impossível de se imaginar que ele pudesse prestar alguma atenção nos meros mortais. O ser humano se viu, assim, livre para usufruir de todos os recursos e matérias-primas que estavam bem ali, debaixo dos seus pés. Já não era proibido dominar a natureza. Sendo deus ausente, todos já não eram mais sagrados, muito menos faziam parte de um todo. O homem era superior e dono de si. Feito a imagem e semelhança de um deus e, por isso, poderoso.
.....Mais alguns sóis e algumas luas são vistas e temos um universo sem um criador. Não há um deus, apenas uma referência, o dinheiro. E esta referência, diferentemente de um deus, não precisa de parâmetros nem leis para ser alcançada.
.....Encontramos nesta fase um ser humano fragmentado. Ele já não é um todo, não é um ser que possui uma história com começo, meio e fim. Ele não sabe quais são as suas origens e não sabe que caminho encontrará para seguir. Este ser possui apenas um tempo: o momento presente. E este único momento “possível” se tornou justificativa para que as razões individuais se sobreponham às razões coletivas. Toda e qualquer ação é justificada para que seja possível a busca da felicidade, mesmo que esta, na maioria das vezes, seja momentânea.
.....Perdeu-se o valor da família, dos laços afetivos, do conceito de sagrado. O sentimento de individualismo aflora cada vez mais abafando os sentimentos de altruísmo e solidariedade. A competitividade e a ânsia para se obter um bem próprio são maiores do que a vontade de se conquistar um bem para o coletivo. Pierre Legendre exemplifica bem como isso funciona com o que chama de “self-service normativo”, onde todos podem escolher os seus valores em detrimento dos valores do coletivo.
.....Edgar Morin, em seu livro Método 6: ética, propõe que se busque os fundamentos da ética e não falsos valores que surgem apenas para cobrir o vazio. É preciso visar o bem da comunidade e que prevaleça o zelo pela espécie. É preciso inverter as atitudes desta sociedade capitalista.
.....Uma das ferramentas possíveis de serem utilizadas é o jornalismo, porque ele, em sua essência, já é social e comunitário. O problema está no jornalismo que, em sua grande parte, cedeu aos interesses de grandes corporações em detrimento da causa pública.
.....Eugênio Bucci, em seu livro Sobre Ética e Imprensa, diz que ética é saber escolher entre “o bem” e “o bem” (ou entre “o mal” e “o mal”), levando em conta o interesse da sociedade. O jornalista precisa, seja nas universidades ou nas redações, ser constantemente estimulado e treinado a exercer o seu ofício com olhar comunitário. Assim, ele será exemplo de conduta e disseminador de um ideário que (re)construirá fundamentos verdadeiramente éticos.
4 comentários:
O jornalismo de hoje se descaracterizou. Nele prevalecem o viés econômico, o viés do entretenimento acima da reflexão e o viés da irracionalidade.
O jornalismo, como diz a autora, é em sua essência social. Mas essa alma essencial tem estado ausente das redações.
Temos, então, um jornalismo desalmado? É o que parece. Triste. Muito triste.
Esta reflexão da seção "Estive pensando" precisa despertar na consciência de mais jornalistas.
Parabéns, Senhorita Inefável.
I.L.U.
Fábio Pereira
Um leitor sempre espera. E nunca - mas nunca mesmo - se esquece...
Gêmeo
Eita menina que escreve bem, adorei seu texto Fabia!!!
Eita menina que escreve bem, adorei seu texto Fabia!!!
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