Escrito em outra estação...

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Tudo lhe era possível

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- E de repente, ela descobriu que era possível.

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- O que era possível?

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- Tudo lhe era possível.

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- A vida lhe era possível?

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- Tudo lhe era possível. A vida, a morte, os sonhos, o amor…

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- O amor também lhe era possível?

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- Sim, e porque não?

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- E as cicatrizes da vida que a tornaram cética?

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- Apagaram-se com o soprar do vento.

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- E os assuntos mal-resolvidos do passado?

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- O soprar do vento também virou essa página. O que não tem solução, solucionado está.

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- Mas… e o medo?

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- Ela supera. Quando se quer muito alguma coisa, vale a pena correr o risco.

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- E a timidez, ela se livrou?

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- Não, a aceitou. Talvez a timidez seja o seu mistério, o seu charme…

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- E o que ela fez com o ceticismo, jogou no lixo?

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- Ela prefere acreditar em algo e estar errada a não acreditar em coisa alguma.
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- E o que fez com que ela acreditasse que tudo lhe era possível?

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- O seu coração foi preenchido por palavras de sabedoria.

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- E quais palavras foram essas?

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- As palavras de sabedoria.

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- Sabedoria de quem? De Deus? De Jesus Cristo? De Buda? De Bono Vox?

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- As palavras do vento que soprou.

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- E o que foi que o vento falou?

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- Que tudo lhe era possível.

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*imagem de Gettyimages.com