3.1.08

Escrito em outra estação

..
Agressivo sem ser destrutivo



..É como a cor vermelha.
..É agressivo sem ser destrutivo.
..É penetrante.
..É muito forte e intenso.
..É perspicaz, capaz de perceber as coisas mais sutis.
..É uma efervescência de sentimentos. (Sentimentos? Às vezes, podem ser apenas emoções).
..É emocional.
..É físico.
..É vivaz.
..É enérgico.
..É indizível.
..É sutil.
..É engenhoso.
..É espirituoso.
..É como um olhar sagaz.
..É como um discurso argucioso.
..É forte.
..É denso.
..É fora do comum.
..É complexo.
..É digno de grande admiração.

..E é impossível de se explicar, porque a descrição nunca corresponderia à verdadeira expressão da realidade.

Um comentário:

Silvia Helena & Fábio Pereira disse...

Interessante reflexão desta autora admirável.

Li e fiquei pensando: é possível ser agressivo sem destruir? A agressividade, por acaso, não seria o mesmo elemento que esfarela, dissemina e, naturalmente, desconstrói? E fiquei intrigado pensando ainda mais: será que é possível, por exemplo, uma explosão [nada sutil e, claramente agressiva, não destruir?]. Pensei, pensei e pensei... E concluí, também: é possível ser agressivo sem ser destrutivo. Isso, claro, quando tratamos de sentimentos, de idéias.

Em minha opinião não quer dizer que essa agressividade sentimental não destrua um poquinho, não mude as coisas dentro de nós, não transforme e faça cair nossas paredes internas, nossas limitações cheias de medo.

A própria autora Inefável arremata de maneira muito interessante o seu pensamento: tem certas coisas que nos afetam e que são indescritíveis. Não dá para falar que causaram desconstrução. Elas podem ter mudado algo em nós. Isso pode ser. Nós podemos ter nos tornado outros, diferentes, transformados, mas nossas bases são as mesmas. Estamos em pé.

Talvez seja esse o princípio da educação. O aprendizado, por exemplo: recebemos um estímulo que deixa marcas, que nos modifica [ou seja, é agressivo, é marcante], mas que não nos destrói nem muito menos aniquila.

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Gosto, como leitor, de visitar este blog e ver a autora em uma batalha incrível para tentar descrever sentimentos, a princípio,indescritíveis. Esta é, sem dúvida, a receita do Inefável.

Ótimo post.