5.9.07

Pensamentos Soltos...

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"O que sou toda a gente é capaz de ver;
Mas o que ninguém é capaz de imaginar é até onde sou e como".

(Miguel Torga)
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3.9.07

Estive pensando...

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…Sobre a (não) importância dos coadjuvantes.

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.....Flagrei-me julgando personagens – ao meu ver - inúteis de algumas histórias em quadrinhos. Não li todas as aventuras de Batman, mas suponho que ele continuaria sendo um grande herói mesmo que não existisse o Robin. Com que finalidade Robin entrou em cena? Assistente de Batman? Batman já não dava conta de todos os seus inimigos antes da existência de Robin?
.....O mesmo digo sobre Peter Parker, o querido Homem-Aranha. Sinto pena da sua namoradinha Marie Jane. Tão inteligente, de uma beleza exótica e cabelos vermelhos, sonhava apenas em encontrar um grande amor que a fizesse feliz. Que influência ela causava no Homem-Aranha senão enfraquecer os seus poderes quando o relacionamento de ambos não ia bem? A jovem encontrou neste rapaz um “herói dos outros”, que sempre esquecia das datas importantes e de momentos que muito especiais eram para ela. Por que, Marie Jane, me diz o porquê de você não ter deixado para lá algo que tanto a magoava e não mergulhou de cabeça em sua carreira de atriz e deslanchou como uma estrela na Broadway? Escrevesse você, minha cara, sua própria história.
.....Penso também naquela jovem e bela moça – não recordo o seu nome – que quase pos a perder todo o plano do V. (de Vingança). Ao assistir a adaptação da história para o cinema, pulo no sofá de ansiedade, preocupação. V abriria mão de todo o seu propósito de vida por amor a uma bela que mal entendia os seus pensamentos?! Suspirei de alívio quando, no final do filme, tendo a responsabilidade em suas mãos, ela decide sim explodir o prédio do parlamento. Está bem, está bem… talvez não fosse tão tola.
.....Penso agora em Isolda. Personalidade forte. Geniosa. Vivia cercada por pessoas que insistiam em tomar decisões por ela. O que comer, o que vestir, como se comportar… Ao ver-se prometida ao um Rei que não amava, se entregou a loucura de viver um amor proibido com quem de fato estava apaixonada. Está certo que a situação fugiu um pouco de seu controle, mas, mesmo assim, era corajosa o suficiente para fugir e escrever a sua própria história entre as árvores da escura floresta onde se encontrava com o jovem Tristão. Intensa, não se contentava em ser apenas o que desejavam que fosse.
.....Observo belas, jovens, inteligentes e fortes mulheres que abrem mão de sua carreira, de sua família, de suas vontades para acompanhar os maridos em suas empreitadas profissionais. E por que não é permitido que o homem abra mão de tudo isso e vá viver em função de sua esposa? Escolha ele qual o sapato que ela irá usar na segunda-feira de manhã. Por que não ele abrir mão de certas atividades e acompanhar os filhos à escola, ou cozinhar o jantar? Nunca me esquecerei de um diálogo que tive certa vez com o meu professor de Sociologia, o grande Salomão. Ele disse que iria viajar para Portugal para participar de um curso e, é claro, aproveitar para conhecer alguns lugares da Europa. Sua esposa ficaria no Brasil cuidando de seus quatro filhos… Perguntei: - E porque não a leva com você? E se fosse a sua esposa a ir para a Europa? Você ficaria com os seus quatro filhos? Ele respondeu: - Se fosse o inverso, provavelmente, eles ficariam com a avó, e eu iria com a minha esposa. Lamentável.

Inania Verba

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Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o que a mão não escreve?
- Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava…

O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve…
E a Palavra pesada abafa a Idéia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.

Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ai! quem há de dizer as ânsias infinitas
Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta?

E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo?
E as palavras de fé que nunca foram ditas?
E as confissões de amor que morrem na garganta?!


(Inania verba – Olavo Bilac)

Pensamentos Soltos…

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“Sou forte, sou fraco. E por isso sou interessante”.

(Ramprashab, poeta e filósofo hindu).

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“Para se estar junto, não é preciso estar perto. Mas do lado de dentro”.

(Leonardo da Vinci, pintor italiano).

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“Errar é humano. Culpar outra pessoa é política”.

(Woody Allen)

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“Entre o riso e a lágrima há apenas o nariz”.

(Millôr Fernandes)