4.4.10

Delícia de touchscreen

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Um mês ao lado do iPhone e a equipe MdeMulher constata:
dedos na cozinha podem muito mais do que roubar cobertura de bolos
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Por Fábia Zuanetti
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.....Como funciona um iPhone? Esse foi o primeiro desafio para Bruna Bittencourt, Bruno Cesar, Daniele Lisboa, Domitila Becker, Evelyn Leine, Inês Laborim, Fábia Zuanetti e Rafaela Siqueira, alunos da editoria MdeMulher. A missão do grupo foi criar um aplicativo de culinária para o aparelho da Apple, que entre 2008 e 2009 registrou aumento de 1300% de vendas no Brasil. Os dados constam de relatório da consultoria Gartner.
.....Com a orientação dos profissionais Demetrius Paparounis, Eduardo Mendes, Gizele Agozzino, Kika Gianesi e Renata Deos, os primeiros dias do Curso Abril de Jornalismo foram dedicados a pesquisas. A primeira etapa foi conhecer o modelo desse celular multifacetado e as possibilidades da sua programação. “A princípio, eu estava com receio por conta do tema desconhecido, mas depois que conversamos com especialistas, os caminhos foram se abrindo”, relata Bruna.
.....Um destes especialistas foi a Diretora de Negócios e Projetos Mobile da Abril Digital, Sandra Jimenez. Ela contou ao grupo como é o mercado da Apple no Brasil. “São mais 300 mil iPhones registrados”, afirmou, revelando o sucesso do aparelho. Outro especialista fundamental no processo de descoberta do aparelho foi o designer e desenvolvedor Douglas Kawazu. Aluno da edição de 2008 do Curso Abril de Jornalismo, hoje possui uma empresa que desenvolve aplicativos para iPhone.
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M bem-vindo
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O passo seguinte foi estudar os aplicativos já existentes no mercado. Os cajianos de 2010, então, lançaram-se em navegações por sites estrangeiros e, inclusive, alguns aplicativos foram baixados para teste no iPhone “cobaia” de uma integrante do grupo, a Rafaela.
.....Conhecer o que as possíveis usuárias gostariam de encontrar em um aplicativo de culinária foi crucial para a execução da tarefa. A equipe entrevistou diversos estilos de mulheres, de diferentes classes sociais. Elas foram abordadas em seus domicílios, nas ruas, em supermercados, lanchonetes, instituições de ensino, academia e salões de beleza. Uma enquete online também foi publicada no portal MdeMulher. Após 4 dias, mais de 1.500 internautas responderam o que mais gostariam de encontrar no aplicativo.
.....Para Renata Deos, editora do portal, o projeto foi logo entendido pelo grupo. “Fiquei surpresa. Um tema que não era comum foi acolhido com rapidez. O grupo teve uma vivência muito intensa”, afirma. Gizele Agozzino, editora de arte da revista Viva Mais!, confessa ter imaginado que o desenvolvimento do trabalho seria mais lento. “Fiquei bem impressionada. Desde o início houve um direcionamento, um caminho traçado”.
.....No momento de escolher um nome para o aplicativo, a preferência foi manter o “M” da marca MdeMulher junto com um nome que criasse identificação com assuntos de culinária. Assim nasceu o Mão na Massa. Depois de batizar a ideia, o grupo passou a reunir-se exclusivamente para elaborar o sistema do aplicativo.
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Resultado apetitoso
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.....Para Evelyn, uma das pessoas responsáveis pelo design do projeto, o mais difícil foi pensar em uma sequência lógica para os elementos, de forma que o aplicativo proporcionasse uma navegação intuitiva. Além disso, buscou-se criar algo diferente do que já existe no mercado. Atratividade, utilidade e praticidade foram quesitos incansavelmente perseguidos.
.....Na tela touchscreen, elementos costumeiramente presentes na maioria das cozinhas foram escolhidos para representar cada página do aplicativo. Por exemplo: ao acessar o Mão na Massa no iPhone a usuária visualiza um típico livro de receitas. Logo na primeira tela, há a Dica da Semana e um vídeo com Truques de Culinária gravado com Carolina Brandão, chef de cozinha do Restaurante Carlota, em São Paulo.
....Ao acessar o livro de Receitas, os campos de busca remetem ao Timer, botão regulador de tempo encontrado em fogões e forninhos. Já quando se acessa as opções de alimentos, o aplicativo foge da estrutura “listão” comumente utilizada nos aplicativos já existentes. O menu é composto de ilustrações de alimentos e, almejando eficiência, sugere acompanhamentos. O item Minha Mão na Massa é um espaço onde a usuária pode personalizar o aplicativo com o seu nome, restrições alimentícias e receitas favoritas. O aplicativo também possibilita que esse conteúdo seja compartilhado através de e-mail, Twitter e Facebook.
.....Além disso, caso a usuária esteja com as mãos sujas por conta dos ingredientes é possível passar as telas utilizando o comando de voz. As usuárias também dispõem de uma lista de compras. O aplicativo adiciona automaticamente os alimentos que estão faltando para compor determinada receita. O lugar de compra também não é problema. O GPS é recurso exclusivo do aplicativo. Com ele, é possível encontrar os alimentos faltantes no mercado mais próximo da residência da usuária.
.....Segundo Eduardo Mendes, designer do portal MdeMulher, essa elaboração resultou em uma interface que remete a um universo paralelo. “Tem um visual de joguinho”, observa. Gizele completa afirmando que o design está “leve e agradável. Ele instiga a vontade de mexer, de fazer, de comer”. Finalizado o projeto, Renata Deos confessa que os alunos da editoria MdeMulher não procuraram os orientadores com tanta frequência quanto ela gostaria. “Mas é compreensível”, pondera. “Pela clareza da missão, senti que havia muita confiança no que estava sendo feito.” Perguntada sobre e resultado final e o trabalho do grupo, exclamou: “sou uma orientadora feliz!”.

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2 comentários:

Fábio Pereira disse...

Parabéns pelo texto, Srta. jornalista. Ficou ótimo!

É claro que no processo de edição podem ocorrer modificações que dê outro rumo ao texto. Ele se torna, então, um segundo texto, diferente do original.

Este é o meu desconforto em editar textos: sinto-me um assassino da criatividade alheia. Mas, na hora da edição, o que resta a se fazer é agir com o sangue frio digno dos serial-killers (no caso, que assassina em série de linhas e parágrafos).

Meu ritual é respirar fundo, dar de ombros e mudar mesmo. É o ofício. Ele é ingrato de verdade.

No fim de tudo, edito por dinheiro e não por prazer.

Danilo Fajardo disse...

Li, curti e segui...

adorei seu blog... se quiser, da uma olhada no meu eusoudanilo.blogspot.com

t+

danilo